A Federação das Indústrias do Pará jogou a toalha. Suspensa duas vezes por decisão da Justiça do Trabalho, a eleição para escolha de novos diretores, que começou tumultuada uma vez convocada para acontecer em regime sumário, inclusive atropelando o estatuto da Federação, está morta e sepultada, e fica à espera de nova data, provavelmente em agosto. Em comunicado interno, a presidência da Federação informou ontem que determinou o arquivamento de todas as peças dos autos vinculadas ao processo eleitoral – que ainda recebeu 18 votos até o momento do segundo aviso de suspensão do pleito pela Justiça do Trabalho e agora devem tomar o caminho da lixeira.
Com ou sem eleição, porém, a oposição na dá trégua à diretoria da Fiepa, inclusive apontando interferência de autoridades do Estado em defesa do candidato da situação, José Maria Mendonça. Informações encaminhadas à coluna dão conta de que, apesar de o governador Helder Barbalho ter optado por não se envolver na escolha dos próximos dirigentes da Federação, ao menos um dos seus auxiliares o faz, sem reservas, contrariando decisão do próprio governador.
Até agosto – ou já, como conviria -, a Fiepa tem problemas mais graves a resolver do que a organização de nova eleição. É que o candidato à sucessão de José Conrado, José Maria Mendonça, está condenado em primeira instância pelo Tribunal de Justiça do Pará por suposto crime de sonegação fiscal. O processo não transitou em julgado e o empresário interpôs recurso especial junto ao Superior Tribunal de Justiça, ainda sem julgamento, mas, nessa fronteira reside o problema da Fiepa: há um artigo no estatuto da Federação pelo qual a prática de ato criminoso é motivo de cassação de mandato de dirigente – e se é motivo de cassação de mandato, também é de inelegibilidade.