Em comparação ao ano passado, porém, a projeção para o PIB agropecuário não é tão boa, segundo o estudo, com previsão de queda de -1,2%/Fotos: Divulgação.

Após o desempenho ruim em 2022, Estado deve mostrar recuperação ao longo deste ano, com a retomada da produção de minério de ferro, impulsionada pela ampliação da capacidade de produção da S11D, da mineradora Vale, no segundo semestre do ano passado.

A falta de uma agenda econômica com força política pode afetar o crescimento do Brasil no longo prazo. A constatação está em “Cenários Estaduais de Atividade Econômica – 2022/2023”, estudo realizado pela Tendências Consultoria com o objetivo de apresentar perspectivas de crescimento em alguns Estados brasileiros.

 De acordo com o documento, o primeiro semestre do ano passado foi marcado por forte expansão, mas, para este ano, é preciso maior cautela, devido à expectativa de menor contribuição do cenário externo e aos impactos da alta da Selic, além das incertezas quanto à questão fiscal.

 O cenário político de 2023, segundo os especialistas da Tendências Consultoria, deve contemplar mudanças na agenda econômica, com particular destaque para a gestão da política fiscal. “Dado o caráter de forte oposição do governo em relação à administração anterior, há riscos relevantes de uma política fiscal pouco colaborativa com a política macroeconômica”, diz Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria.

No que se refere ao PIB deste ano, “a atividade deve ser impulsionada pelo setor de serviços, produção agrícola, crescimento da massa total de rendimentos e efeito positivo de uma provável política fiscal expansionista na demanda de curtíssimo prazo”, reforça Alessandra.

O estudo antecipa as perspectivas positivas para o PIB de dois setores: agropecuária, com 3,3%, e o setor de consumo, mantendo leve expansão (1,2%) por conta do mercado de trabalho e avanço da massa real. Já o PIB do setor de investimentos e indústria será de -0,5% devido aos impactos do aperto monetário, desaceleração da atividade global e incertezas oriundas do cenário político e econômico.

Estados que mais crescerão

Em 2023, Pará e Maranhãodeverão ser os destaques em termos de crescimento, entre os Estados. Após o desempenho ruim em 2022, o Pará deve mostrar recuperação ao longo deste ano, com a retomada da produção de minério de ferro, impulsionada pela ampliação da capacidade de produção da S11D (Vale) no segundo semestre do ano passado.

Em comparação ao ano anterior, a projeção da Tendências Consultoria é de que o PIB total do Pará alcance 2,9% em 2023. A produção industrial deve aumentar 6,9% e as vendas no comércio, 1,8%. Já para o PIB agropecuário, a perspectiva não é tão boa, de queda de -1,2% no ano.

O Maranhão deve apresentar crescimento expressivo devido à retomada da produção da importante indústria de alumínio, que estava parada desde 2015. Os resultados esperados são: um crescimento do PIB total do estado de 2,3% neste ano ante o ano passado. A estimativa para a produção industrial é de alta de 5,0% e, para as vendas do comércio, de 2,9%. O PIB agropecuário do estado, por sua vez, deve crescer 1,2% no ano.