Zequinha Marinho faz que vai, mas
fica onde está: na tipoia do governo

Segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Enquanto ardem os arraiais, felpuda raposa política paraense garante que é muito, mas muito mais cômodo, rentável e produtivo escamotear intenções reais em Brasília, através de um votinho aqui, outro acolá, do que  enfrentar a impetuosa fúria do governador Helder Barbalho e seu arsenal de comunicação. Com a irmã em posição chave da Escola de Governo, o comando da Adepará e um punhado de DAS no Iterpa e outros órgãos da administração direta e indireta, engane-se quem pensar que o senador Zequinha Marinho (foto) largará o “osso”. “Tudo não passa de cena” – diz o observador.  “Foi assim com Jatene: o tiro de misericórdia só saiu aos 45 minutos do segundo tempo, quando até o VAR havia sido desligado”.

Ligação direta

O presidente da Faepa, Carlos Xavier, defende projeto que prevê interligar o continente, a partir de Barcarena, ao Marajó e ao Amapá, através de grandes pontes, atingindo a Guiana Francesa. Como só pensa grande, Xavier decidiu investir na Feira de Dubai, em dezembro, dentro de exposição mundial, onde a Ilha do Marajó será vitrine, com todas as suas reconhecidas potencialidades.

Antes tarde

Agora é que são elas: o Ministério Público decidiu investigar a promoção de shows patrocinados pela Prefeitura de São João de Pirabas, semana passada, com a presença de público estimada em 20 mil pessoas e completa ausência de distanciamento social e quetais. Como diz o povo que acompanha o Círio, antes tarde do que nunca, mas, há um porém: foi tanta aglomeração no final das férias que o MP não teria pernas para investigar. Que o diga a Prefeitura de Belém.

Pesos e medidas

Pobre só anda para frente quando tropeça, dizia o velho provérbio. Bastou o município com menor IDH do Brasil, Melgaço, no Marajó, decidir fazer uma festança envolvendo milhares de pessoas, a fim de arrecadar dinheiro com transporte, alimentação, hospedagem e serviços veio a Justiça e proibiu o evento, sob pena de pagamento de multa pesada e o pretexto de evitar aglomerações.

Aqui pode, ali não

No mesmo final de semana, boa parte das cidades turísticas promoveu festas do arromba até o dia amanhecer sem a menor dor de consciência, pensando apenas na grana que circulou na economia local. O prefeito de Melgaço Tica Viegas  alegou todos os cuidados tomados pela organização e as vantagens financeiras, mas nada convenceu o Judiciário, que esteve atento para uns, e desleixado para outros.

Bico calado

Autoridades de todos os calibres e de altos coturnos têm interrompido conversas pelos celulares  consideradas  inadequadas, evitando vazamento de informações comprometedoras ou de foro íntimo. A recorrente clonagem de aparelhos por quadrilhas especializadas e a quebra de sigilo dos celulares pela Justiça têm tirado o sono de muita gente importante. O melhor a fazer é calar – ou dar sumiço no aparelho – as investigações posteriores, afinal, costumam dar em nada.

Voto impresso

No fim de semana, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros ligados à chamada ala ideológica, como do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo foram às ruas em várias capitais pedir voto impresso. Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a realização de eleições em 2022. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, faz hoje pronunciamento de abertura do semestre no Judiciário e deve rebater falas do presidente. Uma reunião entre Bolsonaro, Lira, Pacheco e Fux ainda nesta semana poderia aliviar o clima. 

  • Estimativas da Polícia Militar apontam que a Prefeitura de Belém reuniu meio milhão de pessoas, ontem, no encerramento do veraneio em Mosqueiro.
  • As aulas na rede pública do município seguem de forma não presencial. O retorno das aulas presenciais está previsto somente para setembro.
  • Dois homens, um alto e tatuado nos braços, e outro mais baixo, plantam o terror na região do Maratá, em Benevides. Andam de ponta a ponta praticando assaltos em residências e ruas utilizando uma picape Fiat Strada de cor branca.
Divulgação
  • O secretário de Desenvolvimento Econômico, José Fernando Gomes Junior (foto), participa amanhã de bate-papo com a classe empresarial sobre  as oportunidades do Pará na economia global, promoção do Conjove-ACP. 
  • O senador Ciro Nogueira assumirá a Casa Civil nesta quarta-feira com a missão de reorganizar a base do governo no Congresso. Nogueira tentará costurar uma aproximação com o MDB.
  • Hoje, o Congresso retoma suas atividades. Na Câmara, o parecer do projeto do Imposto de Renda pode ser apresentado, segundo o relator Celso Sabino.
  • O presidente Arthur Lira sinalizou em entrevista que quer votar a proposta do IR nesta semana, mas Sabino acha mais provável a próxima.
  • Relatórios do projeto que cria a Contribuição sobre Bens e Serviços e da privatização dos Correios, sem data certa, também devem ser conhecidos neste começo do mês.
  • No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco incluiu na pauta de quinta-feira dois projeto de regularização de dívidas das empresas. Há expectativa pelo relatório do senador Roberto Rocha à Proposta de Emenda à Constituição 110, da Reforma Tributária ampla.
  • Na próxima quinta, na comissão especial do tema, está prevista a votação da PEC do voto impresso. Lira já chamou a medida de “perda de tempo”. Ele quer impulsionar a reforma eleitoral, com chances de passar o chamado Distritão.
  • Onze partidos apresentaram no sábado um pedido para que o Tribunal Superior Eleitoral cobre explicações de Bolsonaro sobre supostas fraudes nas eleições.
  • O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do STF, Luiz Fux, dizem que encontrarão uma solução viável para as contas públicas para absorver o “meteoro” de R$ 89,9 bilhões em precatórios de dívidas judiciais da União.
  • O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escreveu no twitter que uma saída por meio de PEC ao caso dos precatórios é o fim do Teto de Gastos.
  • A CPI da Covid retomará os trabalhos amanhã. Tem no radar contratos de compras de vacinas, pedido de convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e discussões sobre quebra de sigilos e operações de busca e apreensão. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou apoio ao governador de São Paulo, João Dória, para a disputa presidencial do ano que vem.