Desde que a dupla universal Vavá Martins, deputado federal, e Fábio Freitas, deputado estadual assumiu o comando da Emater, a empresa, por seus servidores, entrou em rota de colisão consigo mesma. Não à toa, o órgão oficial de assistência técnica e extensão rural do Pará passou a ser chamado pelos próprios servidores de “Casa da Mãe Joana”, isto é, um lugar onde imperam a confusão e desorganização.

Um dos episódios mais recentes envolve o deputado federal ligado à Igreja Universal, Vavá Martins, candidato à reeleição, e um dos controladores da empresa. Nesta semana, a coluna recebeu extenso arquivo de áudio – os dois juntos somam quase 40 minutos de gravação – onde é possível ouvir com clareza trechos de suposto pronunciamento do parlamentar pedindo votos aos funcionários.

– Eu poderia dizer pro Rosival (presidente) que eu não precisava vir aqui [na Emater], porque eu já tenho 160 mil votos. Te vira que o problema é teu. Se tu quiser que eu ganhe e continuar como presidente vai lá e busca o voto, mas eu, tô pensando lá na frente…

E continua:

– Em 2026, eu quero ser candidato ao Senado e eleger o Rosival deputado estadual -, completa o candidato à reeleição.

Os 200 mil votos

Em outro trecho, Vavá Martins diz, sem a menor cerimônia:

– Eu quero sair de 160 mil para 200 mil votos; quero deixar de ser o segundo mais votado para ser o primeiro – esclarece, aparentementevislumbrando sua permanência como um dos mandatários da empresa

em 2023.

E prossegue:

– Depois da eleição, muitos partidos vão querer a Emater, mas, eu, com 200 mil votos…

Segundo informações que circularam depois da reunião, suposto encontro estaria agendado com o governador Helder Barbalho para garantir o controle da empresa nas mãos da dupla Vavá Martins-Fábio Freitas, em 2023:

– Já estamos bolando estrategicamente uma reunião com o governador para apresentar o trabalho desenvolvido na Emater -, disse o parlamentar, que, em certo momento, se referiu à coluna e ao colunista como “blog maldoso” e “gente do mal”. 

Com a palavra, o MPE

Como parte da estratégia para reeleger os dois parlamentares, o presidente Rosival Possidônio intensificou a entrega de veículos, computadores e notebooks, entre outros equipamentos, a fim de angariar votos. A coisa parece tão escancarada que tudo é publicado nas redes sociais do gestor-mor, incluindo grupos de WhatsApp dos escritórios locais e regionais e com uso da marca oficial da empresa de assistência técnica

Segundo o Ministério Público, no período eleitoral é vedada a publicidade de atos, programas, obras e serviços. Também está proibido usar materiais ou imóveis pertencentes à União, Estados, Distrito Federal, territórios ou municípios para beneficiar campanha de candidato ou partido. Nesses termos, o MP Eleitoral tem a palavra.

• Foi a ferro e fogo, ou por livre e espontânea pressão que o Marina Clube deu ‘sim’ ao prefeito Ed-50 para reunir 200 convidados com o ex-presidente Lula, hoje, em Belém, mas, o vento levou.
• Para a tal reunião – onde será cobrado ingresso de R$ 100 -, a prefeitura bem que tentou contratar outros tradicionais espaços em hotéis e casas noturnas da cidade, mas todos declararam estar “com agenda lotada”.
• Candidata a deputada federal pelo Podemos, Nay Barbalho (foto), prima do governador Helder Barbalho faz jogo solo. No seu cartaz de propaganda eleitoral, nenhuma citação a governador, presidente, senador ou deputado estadual.
• O coronel da PM Armando, lotado no Graesp, e o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Valter Resende eram vistos dia desses adesivando carro com a propaganda do governador Helder Barbalho.
• Aliás, a propaganda de Helder fala em investimentos de R$ 8 bilhões em obras por todo o Pará nos últimos quatro ano. É muito caminhão para pouca areia.
• Afinal, além da aquisição de placas para inaugurar obras deixadas pelo antecessor e reformas, não construiu uma escola sequer.
• Ciro Gomes, o controvertido candidato à Presidência da República, anuncia a criação de uma tal de Lei Antiganância, se eleito for.
• Apesar da boa safra do açaí, a busca frenética das fábricas, nos pontos tradicionais de venda da fruta in natura, em Belém, faz com que o preço da raza se mantenha em R$ 180. Médios e pequenos batedores se queixam.
• A partir de agora, juízes que não são responsáveis pela fiscalização do sistema penitenciário só poderão entrar em presídios mediante autorização da presidência do tribunal. A nova norma vem do CNJ.
• O mercado de créditos de carbono terá R$ 100 milhões do BNDES. A ideia do governo é subsidiar o desenvolvimento de um mercado para comercialização dos títulos de carbono e incentivar padrões de qualidade para a condução de projetos.
• A Petrobrás reduziu o preço da gasolina de aviação, com o novo preço vigorando a partir desde ontem. Há três dias, a estatal anunciou redução de 10,4% no preço do querosene de aviação.
• Em Belém, uma boa quantidade de postos já oferece a gasolina comum a R$ 4,99. Ufa!
• Não basta fazer um filho e escrever um livro, muito menos artigo de jornal: é preciso plantar uma árvore. Então, convém começar tudo de novo – mas tem que escrever de próprio punho.