Reitores de universidades federais posam em Brasília depois de encontro com o presidente Lula. Sentimento geral é de esperança. De Belém, além do reitor da UFPA, professor Emanuel Tourinho, posou ao lado de Lula a reitora da Ufra, professora Herdjânia Veras, indicada ao cargo por Bolsonaro e apoio do deputado Eder Mauro/Fotos: Divulgação-opovo-Redes Sociais.

Por Olavo Dutra  

A vida como ela é, inclusive na política: em cerca de 23 horas, 56 minutos e quatro segundos depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou corte de R$ 4 bilhões das universidades e institutos federais de educação no Orçamento da União ocorreu o que se poderia chamar de o giro da terra plana em Brasília.  A festa foi esta bonita, pá!

Reitores sorridentes e solícitos se reuniram em torno do presidente Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana, como se o corte não tivesse sangrado, mas já sarado, posando para fotos que povoam as redes sociais de cada um. Nada doeu; muito pelo contrário.

Do encontro em que ‘o encantador de serpentes’, como diria o eterno tertius – quando muito – em eleições presidenciais Ciro Gomes afirmou que “o Brasil inicia um novo momento na educação, saindo das trevas para voltar à luminosidade”, Lula parece ter convencido os magníficos. Todos deixaram o encontro ‘esperançosos’, mas um ou dois elevaram a euforia a outro patamar.

Cândido bolsonarista

O reitor Cândido Albuquerque, por exemplo, da Universidade Federal do Ceará, bolsonarista convicto até dia desses.  Em suas redes sociais, ele aparece candidamente ao lado de Camilo Santana e bem próximo do presidente Lula. E foi espalhafatoso no encontro, onde disse que sua Universidade “experimentou um novo e bem sucedido modelo de gestão nos últimos quatro anos e significativo crescimento em todos os índices de avaliação”. Cândido se ajustou ao giro da terra plana em 24 horas.

Na disputa pelo cargo, três anos atrás, ele recebeu 4,6% dos votos e ficou em terceiro lugar. Entrou na lista tríplice como segundo, pela desistência do ocupante da vaga, mas foi escolhido por Bolsonaro. Três anos depois demonstraria sua gratidão ao presidente que o nomeou ao rebater publicamente o ex-senador Tasso Jereissati que se referiu ao presidente Jair Bolsonaro como “o pior da história do Brasil”.

 “Pior que o Lularápio? Duvido! Lula reverteu todos os valores republicanos!”, afirmou Cândido em postagem tempos depois das suas redes sociais.

Pará está nas fotos

Noves fora a lambança do reitor Cândido Albuquerque, o Pará também teve lá representantes ao lado do presidente Lula e postagens nas redes sociais. Além do reitor da Universidade Federal do Pará, um discreto professor Emanuel Tourinho, a reitora da Universidade Federal Rural da Amazônia, professora Herdjânia Veras. Mal comparando, a reitora da Ufra não foi a primeira da lista, mas acabou candidamente nomeada por Bolsonaro, com direito a comemoração do deputado federal Eder Mauro, um dos seus padrinhos políticos.

É assim que a terra plana gira.

Falando de flores

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, já anunciou a recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, uma das principais fontes de recursos de fomento ao setor.

Papo Reto

Divulgação
  • Estranho, mas o governo do Pará deixou de divulgar os índices da criminalidade no Estado. Não divulgou até hoje o balanço de 2022.
  •  Além disso, 2023 já começa pesado, com 63 mortes violentas nos primeiros 18 dias. O interior do Estado parece estar sem controle.
  • Com a saúde perfeitamente restabelecida, o médico e ex-prefeito de Conceição do Araguaia Alberto Branco (foto) voltou a praticar o que mais ama: cuidar de pessoas em jornadas cirúrgicas.
  • Pergunta sem segundas intenções: quem, na Polícia Militar do Pará, não alimenta o sonho de ser integrado à Polícia Rodoviária estadual? Só um aviso: inveja mata, quando não, atropela.
  • Candidatos que se submeteram ao concurso da Polícia Penal em 2021 continuam na fila de espera por nomeação. O certame foi homologado dia 27 de dezembro de 2022.
  • Mais: cerca de 1,9 mil alunos aprovados no curso de formação estão aguardando a nomeação, mas a Seap se mantém queda e muda.
  • A Alubar renovou por mais um ano o patrocínio ao Círio de Nazaré, ao Paysandu Sport Club e o apoio à transmissão do Parazão-2023.
  • Chega ser bizarro, quase inacreditável, ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em pleno Fórum Econômico Mundial, recomendar boicote a produtos de um determinado segmento ideológico.
  • O verdadeiro ato “conspiratório” do ministro contra a sua própria economia causou um tremendo mal estar.
  • Se Deus mandar bom tempo, o governo destinará R$ 1,7 bilhão para setor rodoviário e ferroviário, possibilitando a entrega de 861 quilômetros pavimentados, revitalizados e sinalizados até abril de 2023.   
  • Condenados pela Lei Maria da Penha não poderão exercer cargo público. Em São Paulo.
  • A Fiocruz estuda antiviral para combater a Covid-19. A substância MB-905 demonstrou ser eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2, além de auxiliar a frear o processo inflamatório desencadeado pelo vírus.
  • Código de Trânsito Brasileiro, que completa 25 anos, melhorou a segurança no trânsito. Só falta fiscalização.
  • Pela 4ª vez, o Banco do Brasil foi eleito o mais sustentável do mundo, conforme o ranking divulgado durante o Fórum Econômico Mundial, que reúne líderes mundiais e empresários em Davos, na Suíça.