Dados levantados pelos Cartórios de Registro Civil do Pará, através do Portal da Transparência, apontam que mais de 18 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento nos quase dois anos completos de pandemia. O número representa 7% dos recém-nascidos no Estado. Os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 37,7% quando comparados a 2019, último ano antes do advento da Covid-19. O estudo conta na plataforma nacional administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, que reúne os dados referentes aos nascimentos, casamentos e óbitos registrados nos 7.654 Cartórios de Registro Civil, distribuídos em todos os municípios e distritos do País.
Em números absolutos, 18.254 recém-nascidos em 2020 e 2021 foram registrados com apenas o nome da mãe em sua certidão de nascimento, sendo 8.609 no primeiro ano de pandemia, e 9.645 mil no segundo ano. Os recordes são verificados justamente nos anos em que houve os menores números de nascimentos desde o início da série histórica dos Cartórios, em 2003, totalizando 110.248 registros em 2020 e 121.594 em 2021. Outra queda verificada pelos dados dos Cartórios de Registro Civil paraenses aponta que os reconhecimentos de paternidade sofreram diminuição vertiginosa em meio à crise sanitária, passando de 159 atos realizados em 2019, para 99 em 2020.
Problema se estendeu ao País
No Brasil, os dados apontam que, nos quase dois anos completos de pandemia, mais de 320 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. O número, que representa 6% dos recém-nascidos brasileiros, ganha ainda mais relevância quando os últimos dois anos apontaram a menor quantidade de nascimentos. Além disso, os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 30% quando comparados a 2019, último ano antes da pandemia. Em números absolutos, 327.806 recém-nascidos em 2020 e 2021 foram registrados com apenas o nome da mãe, sendo 160.407 no primeiro ano de pandemia, e 167.399 mil no segundo ano.