No caso dos consumidores, muitos planos passaram a exigir etapas adicionais de segurança para liberar os reembolsos, como biometria facial, mas até o percentual de negativas de pagamento também aumentou/Fotos: Divulgação.
Medidas de combate a fraudes implementadas pelas operadoras têm colocado mais exigências nos processos de concessão de ressarcimento, mas ameaçam quebrar empresas de pequeno porte.
O número de reclamações nos seis primeiros meses deste ano pela demora no reembolso de procedimentos que deveriam ser realizados por Planos de Saúde já soma 80% de tudo o que foi registrado em 2022. Até o início deste mês, foram 23.366 queixas, contra as 30.567 de todo o ano passado. O aumento na burocracia é a principal razão pelo atraso, que afeta, mais diretamente, as empresas de pequeno porte.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde, a intenção das operadoras é combater as fraudes nos reembolsos dos planos de saúde. Desde o início deste ano, as operadoras têm colocado mais exigências em seus processos de concessão de ressarcimento, tanto para os usuários como para os prestadores de serviço. No caso dos consumidores, muitos planos passaram a exigir etapas adicionais de segurança para liberar os reembolsos, como biometria facial.
Paira a desconfiança
O problema dessa dificuldade excessiva é que se tenta matar a matilha para acertar um único lobo. Muita gente que apresenta corretamente os documentos, entre eles recibo do médico, nota fiscal e até extrato bancário segue na espera. A maioria dos consumidores age corretamente e a desconfiança que passou a pairar sobre o mercado tem afetado, cada vez mais, o fluxo de caixa dos prestadores de serviço.
Prazos dilatados
O prazo de pagamento de reembolso pelas operadoras passou de 80 dias para mais de 100 dias, em média, após a realização do exame. O percentual de negativas de pagamento também aumentou. A verdade é que as fraudes têm impacto na sustentabilidade do sistema de saúde privada. As grandes empresas ainda conseguem suportar, mas as menores, a médio e longo prazo podem sucumbir.
Papo Reto
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- Decididamente, em terra de cegos, quem tem um olho é rei. Bons entendedores entenderão.
- A Secretaria Nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca, liderada por Tereza Nelma (foto), de Alagoas, segue feito barco de pesca sem leme nem rumo. Entretanto, ela não perde um único evento nacional e internacional.
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- A Anvisa suspendeu a venda de três produtos da Natville produzidos entre janeiro e maio deste ano.