Pode-se dizer que o governo do Pará participou ativamente da logística do MDB de Ananindeua, sábado, na organização do lançamento da pré-candidatura da primeira dama do município, Alessandra Haber, a deputada federal. Os preparativos se estenderam por toda a manhã, na sede da Associação Atlética Banco do Brasil, e o evento ocorreu no final dia, com a AABB completamente lotada por militantes e populares.
Nos preparativos via-se até veículo com selo do governo do Pará dando, como se diz, adjutório ao evento – prática que se repete a deus dará como se não configurasse irregularidade, nem ante os olhos do chamado “fiscal da lei”. Parece Sexta-feira Santa: silêncio sepulcral.
Pioneiro dita as regras
Noves fora essas observações desinteressadas, chamou atenção durante a programação a entrada do ex-prefeito Manuel Pioneiro no palco, anunciada por um DJ frenético. Pioneiro foi ovacionado pela população de Ananindeua presente, mostrando que, na corrida ao Senado, quem manda no município é ele – se bem que algumas aves de agouro tentem colocá-lo em eventual posição de candidato a vice na chapa do governador Helder Barbalho.
Aliás, o ex-prefeito assumiu o microfone e fez sala para a pré-candidata Alessandra Haber, mulher do prefeito Daniel Santos, que não foi visto na abertura do evento.
Emissão “terceirizada” de documentos pessoais
Pelo menos na última sexta, a generosidade política minimizou o drama recorrente de parte da população do município de Mocajuba na busca por documentos pessoais, como Carteira de Identidade, para o que, via de regra, é preciso recorrer a Baião, município vizinho. A alegação é a falta de papel. Na última semana, porém, com o patrocínio do benevolente governo do Pará, através do não menos bondoso deputado Nilson Neves, o vereador Eli Pantoja, do PT, abriu a caixa de favores da cidadania e “documentou” tantos quantos se apresentaram.
Em tempo: o vereador Eli Pantoja vem a ser pai de um dos advogados de acusação na ação contra o prefeito “poste” Cosme Macedo, do MDB, por abuso de poder econômico e uso da máquina pública. Quanto ao deputado Nilton Neves, deve ser o parlamentar estadual que mais “se identifica” com a população paraense na oferta desse serviço que deveria ser de responsabilidade do Estado, mas vem sendo descaradamente terceirizado para favores políticos da base aliada.