Projeto de construção recebeu aditivo que prevê conclusão para junho. Se for inaugurado hoje, equipamento provavelmente não poderá entrar em funcionamento, ganhando o selo de “obra eleitoreira”/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Depois não digam que a pressa não é inimiga da perfeição. Se não acontecer nenhum acidente de percursos, o governador Helder Barbalho irá à Ponta de Pedras, hoje, prestigiar o aniversário da cidade, como fez ano passado, quando a prefeita Consuelo Castro jurou amor eterno e apoio político ao até então adversário, compromisso que, diga-se de passagem, vem honrando com distinção.

Quem está indócil são os comunicadores do Marajó, que vêm se manifestando nas redes sociais porque as obras de reforma e ampliação do terminal hidroviário não estão concluídas, mas Helder pretende inaugurar assim mesmo, cumprindo o prazo que determina a legislação eleitoral. De maio em diante, o governador não poderá mais participar de eventos públicos, segundo as regras, passando à primeira dama, Daniela Barbalho, as inaugurações eventualmente pendentes.

Previsão seria junho

Caso o terminal seja inaugurado hoje, conforme se prevê, não terá passado por fiscalização para atestar o bom funcionamento das instalações elétricas, hidráulicas, civis e navais. Além do mais, há itens inconclusos, como a falta de rampa, cobertura do flutuante, climatização, cadeiras, longarinas, instalação TV, de bebedouro e de bagagens. O contrato da obra teve prazo prorrogado com a entrega para final de junho, mas o governador tem pressa para se reeleger.

Programa deve atender
4 milhões de paraenses

O Pará conta cerca de 1 milhão de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil, extinto Bolsa-família, que atende cerca de 4 milhões de pessoas, metade da população do Estado. Para efeito de comparação, o nordeste inteiro atende 8,5 milhões de famílias e o sudeste, 5,2 milhões.  O Bolsa-família sempre foi muito contestado pelas elites políticas, argumentando passagem bíblica segundo a qual não se deve dar o peixe,  mas ensinar a pescar.

Criado no primeiro governo Lula, o programa tornou-se o maior distribuidor de renda, aplacando a fome das famílias, oxigenando as vendas do comércio  em pequenas cidades, além dos efeitos positivos  na saúde e educação. Bolsonaro aumentou dobrou o valor do benefício para R$ 400 reais porque sonha conseguir os votos dos mais pobres para prosseguir na presidência.