Em Aparecida, São Paulo, a Assembleia Geral da CNBB elegeu novos dirigentes e foi questionada sobre o alinhamento com a esquerda, expondo um dos bispos fazendo o “L”.
“Mensagem ao Povo Brasileiro” divulgada pelos novos dirigentes da entidade trata exclusivamente de assuntos políticos e não se refere à, vida espiritual, segundo prega o catecismo da Igreja.
Para o novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jayme Spengler, a ‘Mensagem ao Povo Brasileiro’ que a entidade publicou no último dia 27 “parte da Pessoa de Jesus Cristo e do Evangelho e a referência de tudo aquilo que segue não poderia ser diferente. É o Evangelho. É Jesus Cristo”.
Dom Jayme respondia à pergunta da ACI digital feita em entrevista coletiva que encerrou a 60ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida, São Paulo, que elegeu o novo presidente.
A ‘Mensagem’ trata exclusivamente de assuntos políticos que vão da guerra da Ucrânia à vacinação, passando por taxas de juros no Brasil e elogio ao governo federal pela nomeação de lideranças indígenas “a diversos postos de decisão no governo federal”.
Depois de listar “situações que nos preocupam”, os bispos fizeram o que concluíram ser um “diagnóstico claro”, inclusive com relação ao juros altos, que “ecoa as manifestações do presidente Lula contra a taxa de 13,5% mantida pelo Banco Central.
Segundo São Mateus
Citando o Evangelho de Mateus, dom Jayme disse que “ser sal da terra, luz do mundo, fermento de transformação” deve se dará “em vista de uma fraternidade, de uma sociedade mais integrada, integradora, para as futuras gerações”.
A ACI Digital introduziu a pergunta aos bispos dizendo que a Mensagem ao Povo Brasileiro deste ano não se refere nenhuma vez a conversão, penitência, vida espiritual, nada diretamente ligado à “visão beatífica, meta da nossa caminhada na terra”, como diz o representante da ACI Digital, Gustavo Amorim Gomes. ACI Digital é o serviço de notícias do grupo ACI, encabeçado pela agência ACI Prensa.
Para o arcebispo de Goiânia, Dom João Justino de Medeiros, vice-presidente da CNBB, a pergunta “começa recordando aquilo que é bem específico da vida da Igreja, da sua missão”. Para o arcebispo, “isso a Igreja faz todos os dias, todas as horas”.
Dom João Justino considerou “interessante que na própria pergunta aparece um dado que vem desde 1970. Então, a CNBB sempre teve uma postura crítica diante da realidade que vivemos. Exatamente para instigar a participação de todos os católicos na construção de uma sociedade justa e fraterna”.
Política e religião
A pergunta de ACI Digital era se a ênfase nesse tipo de discurso político, dominante na CNBB desde os anos 1970, não está relacionada à queda da porcentagem de católicos na população brasileira, que data aproximadamente da mesma época. Os católicos eram 90% da população e hoje são pouco mais de 51% segundo o Datafolha.
Nem dom João Justino nem os demais integrantes da mesa da entrevista responderam diretamente ao entrevistador.
Papo Reto
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