Pressa e falta de gestão favorecem a precariedade do ordenamento público, enquanto ambulantes, alagamentos e improvisos desmoralizam a modernização.
No Mercado de São Brás, o “escondidinho” para ambulante, enquanto no Mercado da Pedreira, a água vem das chuvas, não das torneiras/Fotos: Redes Sociais
foto que correu as redes sociais na última segunda-feira, 3, mostrando o “primeiro ambulante” em frente ao novo Mercado de São Brás, confirmou o que já se previa: a Prefeitura de Belém - fique claro desde já: a prefeitura - não tem fôlego nem pessoal para manter a ordem nos espaços públicos. A cena é sintomática de um problema que se espalha pela Grande Belém - do centro à BR-316 -, onde passarelas de pedestres se transformaram em pontos fixos de venda improvisada, muitas vezes à sombra do poder público.
Quando foi inaugurado, no fim do ano passado, o Mercado de São Brás seria administrado pelo Instituto Amazônia Azul, o Iamazul, sob convênio firmado ainda na gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol. Com a chegada do novo governo municipal, o contrato foi rompido unilateralmente e o espaço permaneceu fechado por meses. A gestão foi então repassada à Codem e à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, órgãos sem estrutura para dar conta de um equipamento daquele porte. O resultado é visível: ambulantes, camelôs e “autorizados informais” retomaram terreno.
Após a foto viralizar, o procurador-adjunto do município, Alex Potiguar, determinou a retirada do carrinho de comidas típicas da ambulante instalada à porta do mercado e registrou o feito em foto. Mas a solução foi apenas de fachada: vídeos mostram que o carrinho segue sendo guardado dentro do próprio mercado - com anuência, ao que tudo indica, de quem deveria fiscalizar.
A dona do “empreendimento” ambulante chega ao espaço no final da tarde, por volta das 17h, e reabre o ponto, como se nada tivesse acontecido.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, responsável pelo ordenamento dos mercados e feiras da cidade, tem estrutura mínima, e a Codem está longe de ter perfil para exercer funções de fiscalização. O resultado é a soma de omissão e improviso, onde o poder público corre atrás da desordem que ele próprio alimenta.
O recém-inaugurado Mercado da Pedreira, entregue em festa no dia 28, após mais de três anos de obras e barracas improvisadas na avenida Pedro Miranda, já acumula denúncias. Vídeos publicados por permissionários mostram que o local foi inaugurado sem abastecimento de água - outra providência que caberia à Prefeitura de Belém. “Como vamos cozinhar e lavar panelas sem água?”, questiona uma vendedora em vídeo que viralizou nas redes.
A pressa em entregar a obra ignorou problemas básicos de drenagem. Bastou a primeira chuva forte para os ralos internos transbordarem e os corredores ficarem alagados. Goteiras no telhado, retorno de esgoto nas ruas e infiltrações em quiosques completam o retrato do improviso.
Historicamente, Belém tropeça em obras que já nascem com defeito. A pressa da inauguração se sobrepõe à qualidade, o discurso da revitalização não resiste à primeira chuva, e o ordenamento urbano segue sendo uma meta sempre adiada. No fim, o mercado funciona, mas o que se vende mesmo é a velha mercadoria da desorganização oficial.
Nota do Redator: A Prefeitura de Belém informa que o equipamento do ambulante foi retirado do Mercado de São Brás logo após a denúncia. Com relação à Pedreira, a prefeitura identificou problemas em um bueiro da feira - não do complexo -, mas a situação deverá ser corrigida por toda a manhã de hoje.

•O BRT Metropolitano está pronto e acabado - e entregue, dizem. Mas, entre vários problemas denunciados por usuários, há dois que precisam de solução urgente, já que nada foi feito com antecedência.
•Dois pontos de engarrafamento persistem no trecho da BR-316 no sentido Benevides-Belém: um em Marituba, da altura da sede da prefeitura até o terminal de passageiros, e outro em Ananindeua, a partir do cruzamento com a Independência, até a entrada do Maguari.
•O primeiro caso o governador Helder Barbalho pode resolver com uma ligação para sua autodeclarada “serva” Patrícia Alencar (foto); o outro, em Ananindeua, talvez nem com negociação, como entenderão os bons entendedores.
•Após um procedimento de apuração administrativa pelo Comando Aéreo da Aeronáutica em Belém, uma oficial foi afastada do cargo e a função, extinta, por indícios de improbidade administrativa.
•A pesquisa de emprego divulgada pelo Dieese aponta aumento de 11 mil novas vagas na RMB puxado pelos setores de serviço, comércio e construção civil, respectivamente.
•Já no campo, houve encolhimento do número de empregados puxados pela sazonalidade e novas tecnologias no plantio e colheita.
•O portal paraense Amazônia+tv, do produtor Reginaldo Ramos, montou uma equipe de jornalistas para cobrir os grandes espaços da COP no Parque da Cidade.
•A empresa Águas do Pará informa que, entre as metas estabelecidas no contrato de concessão, consta a redução do índice de perdas para 25%, até 2033. Atualmente, esse percentual é de 58% nos 126 municípios onde a concessionária atua.
•Os investimentos no setor são R$ 220 milhões, em parceria com a Companhia de Saneamento do Pará.
•O Senado marcou para hoje a votação do projeto de lei que isenta o Imposto de Renda de quem recebe até R$ 5 mil ao mês. A pauta também inclui projetos voltados à proteção de direitos sociais.
•Na Câmara, a pauta prioriza projetos de segurança pública e medidas ligadas à COP30, com votações de urgência para propostas ambientais.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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