O engenheiro Evaristo de Miranda é considerado ideólogo da política ambiental do governo Bolsonaro e suas manifestações seriam responsáveis pelo afrouxamento de leis e normas que impactam o setor. No Pará, entidades da indústria reagem às denúncias e defendem o engenheiro e sua contribuição ao País/Divulgação.

Reportagem da revista “Piauí” assinada por Bernardo Esteves aponta que doze cientistas brasileiros denunciaram o grupo de pesquisa do engenheiro agrônomo Evaristo de Miranda, da Embrapa, por fabricar falsas controvérsias com o intuito de afrouxar as leis e normas para proteção do meio ambiente no Brasil. Em artigo publicado na edição deste mês a revista especializada “Biological Conservation, os autores analisam o que descreveram como um “ataque às políticas ambientais estimulado por um esforço velado e sistemático de um pequeno grupo de negacionistas para desinformar os tomadores de decisão e a sociedade”. Em Belém, o Fórum de entidades empresariais, que reúne Fiepa, ACP e Centro das Indústrias publicou nota em defesa do engenheiro com ataques ao que chama de “ambientalismo xiita”.

Ideólogo da política ambiental

Evaristo Eduardo de Miranda é o ideólogo da política ambiental de Jair Bolsonaro. Os dados gerados por ele e sua equipe na Embrapa Territorial são frequentemente citados pelo presidente e por seus ministros para defender que o Brasil é o campeão em conservação ambiental e que tem um excesso de áreas protegidas que prejudicam o crescimento do agronegócio nacional. 

Veja a nota oficial
do Fórum paraense

 “Seriam risíveis, não fossem despudoramente cínicas e a serviço dos vis interesses ideológicos do ambientalismo xiita, as acusações assacadas contra o notável pesquisador e engenheiro agrônomo Evaristo de Miranda, nome respeitado na comunidade científica internacional pela seriedade de seus estudos e opiniões em matéria capitaneada por um certo docente que integra a Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Entendemos que deveria mencionar o desmatamento de 99.7% de floresta dos países europeus, diferentemente de nós brasileiros, que temos nossa atividade norteada pelo cumprimento do Código Florestal, o mais rígido do mundo”.

 “Fica cada vez mais claro que a pantomina ambientalista, muito mais do que o viés ideológico, revela orquestração de interesses comerciais e geopolíticos onde Ongs e “cientistas” midiáticos preocupados muito mais em atrapalhar os notáveis avanços da agropecuária brasileira e, para isso, não medem as consequências de atacar pessoas e instituições, atrapalhando o desenvolvimento nacional e colocando em risco a soberania do Brasil na Amazônia. A farsa ambientalista fica clara quando os principais concorrentes e “críticos” do agronegócio brasileiro aumentam subsídios bilionários e disponibilizam fundos para atender Ongs atuantes na Amazônia e financiar “pesquisas” cuja conclusão prévia é atender as economias concorrentes à brasileira”.

 “É nosso dever indeclinável, como entidades representativas do empresariado paraense e devedora de incontáveis e valiosas contribuições do eminente professor Evaristo de Miranda ao elevado e sério debate sobre o nosso desenvolvimento, emprestar-lhe total solidariedade ante insólita agressão, conscientes de que sua reputação inatacável está muito acima da inconsequente insensatez dos que converteram sustentabilidade e ecologia em bandeira das más intenções ideológicas, comerciais e geopolíticas”.