“Florestas em desenvolvimento, como é o caso de áreas reflorestadas, captam muito mais carbono da atmosfera, em comparação a florestas nativas”, diz consultor da Aimex/Fotos: Divulgação

Espécie teca, oriunda da Ásia, plantada no Estado para recuperar áreas degradadas, faz o caminho de volta ao continente como principal item movimentado em quatro meses.

A Índia é o principal importador de madeira em tora da espécie conhecida comercialmente como teca (Tectona grandis), produzida a partir de áreas reflorestadas, que ajudam a recuperar ambientalmente áreas degradadas e ainda geram divisas econômicas, emprego e renda para municípios do Pará. 

O Estado é, hoje, o principal exportador de itens produzidos a partir de madeiras nativas, retiradas das florestas de forma sustentável, através de planos de manejo florestal. No entanto, as exportações de madeira, oriunda de reflorestamento, vem crescendo. Dados da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), apontam que, nos quatro primeiros meses deste ano, esse item foi o terceiro mais representativo em valor movimentado e o primeiro em quantidade, com mais de 28 mil toneladas exportadas e uma movimentação de US$ 4,9 milhões, com o principal destino desse tipo de madeira sendo a Índia. 

Destaque nas exportações

Para o consultor técnico da Aimex, Guilherme Carvalho, além de despontar como mais uma opção no incremento à pauta comercial do Estado e recuperar áreas degradadas, o comércio de madeira de reflorestamento ainda possui um outro aspecto que está na crista das discussões ambientais: a captação de carbono da atmosfera. 

 “Florestas em desenvolvimento, como é o caso de áreas reflorestadas, captam muito mais carbono da atmosfera, em comparação a florestas nativas que estão em equilíbrio, que atingiram seu clímax, onde o que nasce é equivalente ao que morre. E em um momento em que o mundo todo discute formas de combater as mudanças climáticas, incentivar o reflorestamento é uma delas”, explica Carvalho. 

Principais aplicações

A teca é uma das espécies mais utilizadas em reflorestamentos no mundo todo e, no Pará, não é diferente, além de ser, também, uma das madeiras mais caras do mundo, principalmente pelas suas características físico-mecânicas. Entre as principais aplicações da teca está a produção de pisos para convés dos mais caros iates ao redor do mundo, graças à durabilidade, resistência a intempéries, à água do mar, baixa oxidação e cor caramelo e marrom diferenciadas. A madeira também é utilizada na fabricação de móveis, estruturas, pisos, peças torneadas, entre outros artefatos.

A teca é uma árvore nativa das florestas tropicais da Ásia, que se adaptou muito bem em plantações ao longo das regiões de clima equatorial e tropical em todo o planeta. No Brasil, foi introduzida na década de 1960 e os primeiros plantios começaram no Pará nos anos 1990, através da região sul, avançando ao longo da PA-150, até a região bragantina. 

Maior área plantada

Atualmente, o Brasil tem a maior área plantada da América Latina, com mais de 90 mil hectares de plantações de teca, espalhados pelos Estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Acre, Goiás, Minas Gerais, dentre outros. O Mato Grosso e o Pará concentram mais de 90% da área plantada no País.